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A conquista do amor próprio

A conquista do amor próprio

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Rodrigo Coletty
Psicólogo

23 de novembro de 2022

A relação que estabelecemos com nós mesmos, ou seja, o quanto nos valorizamos e nos reconhecemos em nossas capacidades e potencialidades, é determinante na definição de como nos relacionamos com as outras pessoas e com o mundo ao nosso redor.

Isso porque é a partir de nosso amor próprio que podemos também dar amor, bem como só conseguimos de fato estar bem com um amigo, no trabalho ou com um cônjuge, por exemplo, se estivermos bem com nós mesmos. 

As condições por trás da construção desse sentimento de amor próprio e autovalorização, em cada um de nós, são diversas, como, por exemplo, a criação que tivemos, as dificuldades pelas quais passamos e pessoas com as quais nos relacionamos ao longo da vida.  Ou seja, uma pessoa que não teve uma criação legal, com pais que não puderam ser presentes ou mais atenciosos, que passou por dificuldades socioeconômicas mais severas e se envolveu em relacionamentos tóxicos, por exemplo, tende a ter uma menor noção de si e de suas possibilidades e capacidades do que alguém que teve mais condições, psíquicas, sociais e relacionais, de desenvolver uma noção de amor próprio mais robusta. 

Contudo, o que quero chamar a atenção neste artigo é para o fato de que esse sentimento de amor próprio a que me refiro não é algo imutável, ele pode ser construído, conquistado e modificado ao longo de nossas vidas, por mais severas que sejam as circunstâncias por trás de nossas debilidades.  E esse processo se dá a partir das experimentações que fazemos, de modo a cada vez mais nos percebermos em nossas capacidades, qualidades e potencialidades.

E é a partir dessas autopercepções e reconhecimentos que passamos a nos valorizar e, consequentemente, a nos amar mais. Tais experimentações podem se dar tanto em um nível mais introspectivo, à medida que fazemos um exercício de listar e reconhecer nossos pontos positivos e coisas boas que acontecem em nosso dia, como a observação de uma paisagem bonita, por exemplo, tentando focar mais nesses pontos, os explorando, em detrimento dos negativos. Quanto em um nível mais expansivo e prático, na medida em que buscamos relacionamentos mais saudáveis, trabalhos que nos tragam um sentimento de recompensa e satisfação, bem como atividades que nos deem prazer, como um esporte ou um hobby, por exemplo, e que possam gerar esse sentimento de valorização e reconhecimento do quanto aquelas atividades nos fazem bem e o quanto as conseguimos realizar de forma satisfatória. 

Importante lembrar que o investimento em uma psicoterapia é também mais uma dessas experimentações que nos permitem pensar mais sobre nós mesmos, nos percebermos mais e, consequentemente, nos reconhecermos e nos valorizarmos mais.

Por fim, fica essa reflexão a respeito da construção do sentimento de amor próprio, e que mais que uma condição inerente ao ser humano, pré-determinada na história de vida de cada um, é uma conquista, um processo contínuo e diário de autopercepção e implicação com a vida, o que nos permite a cada experimentação que fazemos nos diferenciarmos um pouco mais e, assim, aumentando, paulatinamente, o nosso gradiente de amor próprio.

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