9 de novembro de 2022
“A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”, já dizia Vinicius de Moraes. Parafraseando este grande autor, pode-se dizer também que “a vida é a arte de se frustrar”.
O que quero dizer com esta frase é que assim como nos encontros que estabelecemos na vida, em que nos potencializamos e nos sentimos bem, nos desencontros nos frustramos e nos sentimos mal, e saber lidar com essas frustrações é uma arte.
Afinal, estar vivo é estar sujeito a se frustrar. É claro que o que buscamos o tempo todo são os bons encontros, sejam com pessoas, amigos, colegas e familiares que nos fazem bem, sejam com objetos, como algo que compramos e nos é muito útil, sejam com nossos objetivos, como a faculdade ou o trabalho que desejamos.
Contudo, dentro de todos esses encontros potentes que compõem a arte de viver, sempre existe a possibilidade de um desencontro e sua consequente frustração, como uma pessoa que te decepciona, um trabalho que não dá certo, entre outros exemplos. E conseguir entender a frustração, de uma maneira mais leve e, até mesmo, porque não, poética, como sendo parte de um processo e uma arte maior, que é a arte de viver, nos permite não sofremos tanto quando as coisas não saem como esperado.
É claro que não se trata de uma tarefa fácil, e quando nos decepcionamos com algo ou alguém é natural ficarmos tristes e até mesmo um pouco iludidos com a vida, e existem situações em que a gravidade em que uma frustração acontece nos traz um sofrimento maior, sendo necessário um acompanhamento psicológico e, em alguns casos, médico também.
Contudo, em nosso cotidiano nas diferentes situações a que estamos sujeitos, lidar com possíveis frustrações, sem sofrermos tanto, passa por um processo de, por um lado, entendermos, como falado anteriormente, que as coisas não darem certo faz parte da vida e é sempre uma possibilidade, por mais que não a desejemos. Enquanto, que por outro lado, é importante dosarmos nossas expectativas em relação às coisas que realizamos, buscamos e esperamos, de modo a não desanimarmos tanto em uma possível negativa. E, acima de tudo, é fundamental nos respeitarmos, não nos cobrando tanto, nos pressionando ou nos martirizando demais nessas situações, o que só torna o processo desnecessariamente doloroso.
Lembrando, é claro, que também é importante respeitarmos nossa tristeza diante de uma decepção, afinal lidar com um contratempo não significa negá-lo, pois o problema não está em nos sentirmos mal com um trabalho que não deu certo, por exemplo, pois isso todos sentimos, o problema está no nível desse sofrimento e o quanto ele nos paralisa.
E, como lembrado anteriormente, em um nível mais sério, em que essa tristeza e dificuldade de lidar com negativas nos afetam a ponto de comprometer outros campos da vida, como por conta de um relacionamento que não deu certo, não conseguir mais trabalhar, por exemplo, faz se necessário um auxilio profissional.
Agora, quando conseguimos estar mais preparados para os possíveis reveses que a vida traz, os encarando de forma mais leve, podemos até mesmo achar graça de determinadas situações que antes nos estressavam e rirmos mais de nós mesmos, e é justamente essa a arte dos encontros. Afinal, precisamos saber lidar com os tantos desencontros que a vida tem.
Por fim, fica essa reflexão a respeito da potência dos encontros, a sabedoria dos desencontros e arte de nos frustrarmos e ainda assim seguirmos em frente com um sorriso no rosto.
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