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Consequências da pandemia

Consequências da pandemia

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Rodrigo Coletty
Psicólogo

12 de fevereiro de 2022

É fato que hoje vivemos um cenário bem mais tranquilo que nos últimos dois anos, com a grande maioria das pessoas se vacinando e os casos graves diminuindo. Contudo, não podemos esquecer que ainda vivemos um cenário de pandemia, a ômicron ainda está aí e todo cuidado é necessário.

E dentro deste contexto é interessante notarmos o quanto a nossa saúde mental tem sido impactada, de diversas formas, pois, por mais que a ansiedade e o medo advindos das possibilidades de se contrair o vírus tenham diminuído com a vacinação, eles ainda existem e, em alguns casos, acabam se configurando como verdadeiras síndromes.

Um exemplo muito interessante que quero relatar neste artigo é o da F.O.D.A., sigla em inglês para Fear of Dating Again, o que, em tradução livre, seria o medo de se encontrar com pessoas novamente. Esse medo, que tem sido considerado uma síndrome por alguns, se refere justamente a essa condição de não conseguir se encontrar novamente com pessoas, principalmente no campo afetivo e na construção de relacionamentos.

Para essas pessoas, que sofrem com essa síndrome, tanto o medo e a ansiedade de se expor ao vírus quanto a dificuldade de sair de sua zona de segurança acabam se sobressaindo em relação às suas necessidades físicas e emocionais de contato.

É claro que, como falado, todo cuidado ainda é pouco e é necessário prudência nos encontros e saídas. Contudo, quando o medo e a ansiedade dominam a ponto de paralisar todos os movimentos e possibilidades de experimentação que a pessoa possa ter, a coisa se torna problemática.

Portanto, é necessário ter equilíbrio e prudência para saber distinguir até que ponto é possível se ter um encontro de maneira relativamente segura. Afinal, seja agora ou daqui um tempo, voltaremos a nos encontrar presencialmente e teremos que nos adaptar aos novos protocolos de segurança e higiene que esses encontros terão, como consequências da pandemia.

No que diz respeito a estas pessoas, que vivenciam essas síndromes, como a F.O.D.A., fica o convite: por um lado a se respeitarem, não se culpando por esses receios, mas os entendendo, para assim perceberem até que ponto eles são reais. E, por outro lado, a saírem de sua zona de segurança, se propondo, aos poucos, a pequenas experimentações, as quais permitam novos encontros.

Por fim, fica também a recomendação de que uma psicoterapia sempre é válida para melhor lidar com essas questões, cada vez mais latentes nos dias de hoje.

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