27 de junho de 2022
Quando pensamos em uma psicoterapia, ou seja, no atendimento com um psicólogo, é comum que algumas dúvidas surjam. E é justamente sobre duas dessas dúvidas que falarei neste artigo.
A primeira dúvida que trago aqui é: qual o sentido de me abrir com uma pessoa que não conheço? Essa dúvida é um tanto quanto conhecida e mais comum do que pensamos, especialmente entre aqueles que nunca fizeram uma psicoterapia e que conhecem muito pouco a respeito do assunto.
Pois bem, respondendo, é interessante notarmos que a psicoterapia é um processo, uma relação, um encontro entre profissional e paciente, que vai se construindo aos poucos. Portanto, esse movimento de abertura da própria vida e de suas questões mais particulares não se dá de uma hora para outra, logo de início, mas sim na medida em que vai se construindo vínculo e confiança com seu terapeuta.
Nesse ponto, o psicólogo deixa de ser um desconhecido e passa a ser alguém que, através de sua técnica e experiência, pode ter um olhar mais crítico e imparcial a respeito das problemáticas trabalhadas no campo da terapia.
E é por isso que desabafar com um psicólogo é diferente de desabafar com um amigo ou um familiar, por exemplo, tanto por esse olhar imparcial que o profissional possui, já que não está envolvido diretamente com as dificuldades e vivências que o paciente pode trazer, quanto pelo espaço de confidencialidade, segurança e sigilo oferecidos em uma psicoterapia. O que pode não acontecer nas relações com nossos amigos e familiares, seja pelo não entendimento de nossos sofrimentos, por não saberem como auxiliar da melhor forma ou mesmo por não haver uma confiança e sigilo suficientes para que possamos nos abrir com mais facilidade.
Outro ponto, ainda em relação a essa questão, importante de ser notado, é entender que o momento do atendimento com o psicólogo é um momento seu, ou seja, um momento em que poderá falar sobre tudo o que quiser e achar necessário em um tempo reservado para isso, coisa que não costumamos ter em nossa vida cotidiana, já que amigos e familiares também têm suas dificuldades, rotinas e afazeres. E esse último ponto nos leva também à segunda dúvida que abordarei hoje.
A segunda dúvida é: por que passar em uma psicoterapia se não estou com nenhum problema mais sério? Pois bem, é importante destacar alguns pontos: primeiro, que o processo de se passar com um psicólogo deve começar a partir do desejo de cada um em iniciar tal processo, e segundo, que por mais que seja mais comum buscarmos uma psicoterapia quando passamos por um sofrimento mais significativo, como uma depressão ou um transtorno de ansiedade, por exemplo, fazer uma psicoterapia, estando bem e sem nenhuma questão mais grave a ser resolvida, também pode ser de grande valia, caso haja esse desejo.
Nesse sentido, ela pode auxiliar em nosso autoconhecimento, o que nos convida ao exercício de pensarmos e olharmos mais para nós mesmos. Como consequência desse autoconhecimento, passamos a relativizar algumas opiniões que antes tínhamos como certas, o que possibilita identificarmos e melhorarmos pontos em nossas vidas, seja no campo familiar ou do trabalho, mesmo que não se configurem como problemas.
Não menos importante, lembrar também que a psicoterapia, como espaço singular em que aquele que se apropria desse espaço, tem todo o tempo, segurança e privacidade para falar sobre o que quiser, como já mencionado neste artigo, é mais uma justificativa para que o processo terapêutico seja válido e possível, independentemente de se ter uma queixa mais evidente ou significativa.
Por fim, espero ter esclarecido as dúvidas abordadas neste artigo, tão comuns e ao mesmo tempo pouco faladas, e que são de grande importância para um melhor entendimento, tanto do funcionamento de uma psicoterapia quanto de sua abrangência.
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