29 de janeiro de 2022
Quando sentimos algum incômodo físico, como uma dor de cabeça, algum incômodo estomacal ou desarranjo intestinal, por exemplo, é natural e recomendado, inclusive, irmos ao médico realizar exames, e assim sairmos com um diagnóstico que tanto explica a causa desses sintomas quanto aponta um possível tratamento para a resolução dos mesmos.
Contudo, existem situações em que mesmo diante de desconfortos claramente físicos, não há uma razão clínica associada, ou seja, os sintomas parecem surgir do nada sem uma causa aparente. Nesses casos, o que temos na realidade são desarranjos físicos de origem emocional, por isso não aparecem em exames ou investigações clínicas. Esses desarranjos também são chamados de doenças psicossomáticas.
Doenças psicossomáticas aparecem quando vivemos emoções negativas, situações estressantes, conflitos em algum campo de nossas vidas, e não conseguimos elaborar essas questões adequadamente. Como consequência, elas acabam por se manifestar em nosso corpo físico, através desses desconfortos.
Alguns exemplos bem recentes e ilustrativos de como esse processo de psicossomatização acontece podem ser vistos com o momento atual de pandemia. Estudos têm mostrado que, com a pandemia, tem crescido de maneira significativa o número de pessoas com sintomas associados à Covid, sem uma causalidade física real, ou seja, por origens emocionais, assim como também se notou que boa parte das reações da vacina também eram psicossomáticas.
O que se percebe, nesse processo, é que o medo e a ansiedade, sejam em relação à própria doença ou até mesmo em relação à vacina e suas reações, acabam por desencadear sintomas físicos que se assemelham à doença temida. Portanto, falar sobre esses temores, bem como tentar distinguir até que ponto um determinado desconforto é de fato clínico e até que ponto pode ter sido originado por alguma emoção não trabalhada, é de suma importância para resolução dos mesmos.
Nesse sentido, uma psicoterapia também se faz de grande importância, para entendermos como elaborar melhor nossas emoções, para que não precisem mais se manifestar no físico. Também é válido, quando a ansiedade e o medo por trás desses sintomas se tornam muito intensos, o acompanhamento de um médico psiquiatra e o uso de alguma medicação a fim de estabilizar essas emoções, para que possam ser melhor trabalhadas em terapia.
Por fim, nunca é demais lembrar, que por mais que estejamos todos, em sua maioria, vacinados, a Covid ainda está por aí e todo cuidado e proteção são necessários.