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Reflexões sobre a raiva

Reflexões sobre a raiva

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Rodrigo Coletty
Psicólogo

17 de agosto de 2022

A raiva é uma emoção que pode surgir diante de situações que causam sentimento de revolta, como quando acontece uma injustiça, por exemplo, quando nos frustramos com algo ou mesmo ao lidarmos com problemas e questões particulares.

Nesse sentido, trata-se de uma emoção natural e até certo ponto necessária em nossas vidas, na medida em que ela se apresenta como uma forma de lidarmos com situações estressantes, sejam elas externas, como um engarrafamento no trânsito, sejam elas internas, como um conflito no trabalho ou um problema familiar, por exemplo.

Inclusive, em certo sentido, a raiva acaba sendo mais produtiva que a tristeza, pois quando a sentimos, ao passarmos por um luto ou um término de relacionamento, por exemplo, se bem direcionada, ela nos dará energia e alguma disposição para lidar com a situação e seguir em frente, enquanto a tristeza nos paralisa no sofrimento.  O problema, no entanto, se dá quando não conseguimos trabalhar e direcionar bem nossa raiva, de modo a lidarmos com ela, de maneira exacerbada ou reprimindo-a.

Dessa forma, quando lidamos de maneira exagerada com nossa raiva nos tornamos mal-educados e até mesmo agressivos, arrumando conflitos, como os que acontecem nas brigas de trânsito, ou quebrando as coisas dentro de casa, ao projetarmos nossas frustrações e questões não resolvidas, por exemplo. Por outro lado, ao suprimirmos essa emoção, a mesma aparecerá de outra maneira, como na forma de sintomas físicos, como coração acelerado, dores de cabeça e dificuldades para dormir.

Portanto, quando falamos desse sentimento tão visceral e inerente a nós que é a raiva, o mais importante é que ela seja consciente e bem direcionada.  Ou seja, consciente na medida em que conseguimos reconhecer os possíveis motivos e fatores que contribuíram para que ela aparecesse. E bem direcionada na medida em que buscamos o equilíbrio de não a suprimirmos, mas também não deixarmos que ela nos domine a ponto de termos reações desproporcionais ao tamanho do evento que nos deixou estressados.

Vale lembrar que existem também atividades que ajudam tanto a lidarmos quanto a extravasarmos essas emoções, como a prática de atividades físicas, a meditação e, sobretudo, quando já notamos um descontrole e dificuldade em lidar com situações mais estressantes, uma psicoterapia, para entendermos melhor o que está por trás dessa raiva, quanto para encontrarmos melhores estratégias para seu enfrentamento.  De qualquer forma, reconhecer o quão raivosos somos é o primeiro passo. 

Por fim, fica essa reflexão a respeito da raiva, suas implicações em nossas vidas e a importância de nos reconhecermos e assim não permitir que ela nos domine, principalmente nos tempos polarizados que vivemos hoje. 

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