A lacuna entre homens e mulheres na ciência

A lacuna entre homens e mulheres na ciência

08 de fevereiro de 2020
1

Muito tem se falado sobre o empoderamento feminino e a igualdade de gênero em todas as atividades e em todo o mundo – problema antigo na sociedade que diferencia a mulher do homem em seus direitos e deveres. A Organização das Nações Unidas (ONU) luta pelo fim dessas diferenças, na ciência e em outros setores, sendo considerada uma meta vital para o desenvolvimento dos países. Entretanto, este objetivo ainda está longe de ser atingido – apesar de uma leve evolução.

Para diminuir as lacunas, a ONU declarou 11 de fevereiro como o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. Segundo um estudo realizado em 14 países, a probabilidade de mulheres obterem o grau de licenciatura, mestrado e doutorado em campos relacionados com a ciência é de 18%, 8% e 2%, respectivamente; enquanto as porcentagens masculinas são de 37%, 18% e 6%.

A data foi aprovada pela Assembleia das Nações Unidas em 22 de dezembro de 2015, por meio da Resolução A/RES/70/212, para promover o acesso integral e igualitário no setor, reforçando que as mulheres e meninas desempenham um papel fundamental nas comunidades da ciência e tecnologia e que a sua participação deve ser fortalecida na área.

Em mensagem conjunta, Audrey Azoulay, diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), e Phumzile Mlambo-Ngcuka, diretora executiva da ONU Mulheres, já falaram sobre o Dia Internacional de Mulheres e das Meninas na Ciência:

“Nosso futuro será marcado pelo progresso científico e tecnológico, assim como nosso passado. Esse progresso futuro será melhor quando se basear no talento integral, na criatividade e nas ideias de mulheres e meninas na ciência.

A maioria dos países, industrializados ou não, está longe de alcançar a paridade de gênero nas disciplinas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática em todos os âmbitos do sistema educacional. Esse déficit alimenta a lacuna no emprego. De acordo com estimativas do Instituto de Estatísticas da Unesco, as mulheres atualmente representam menos de 30% da força de trabalho de pesquisa e desenvolvimento em todo o mundo.

O rápido crescimento dos setores de ciência e tecnologia é vital para as economias nacionais. Lidar com alguns dos maiores desafios da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável – da melhoria do sistema de saúde ao combate da mudança climática – dependerá de aproveitar todos os talentos.

Uma das principais ferramentas para combater a desigualdade de gênero nas ciências é desmantelar as barreiras para meninas e mulheres em casa, na sala de aula e no local de trabalho. Isso requer mudar de atitudes e desafiar os estereótipos. Precisamos combater percepções preconceituosas entre professores, empregadores, colegas e pais quanto à adequação de meninas e mulheres jovens na educação científica – ou na aprendizagem da ciência de modo geral –, nas carreiras científicas e nas lideranças e coordenações no âmbito acadêmico.

É difícil para as meninas acreditarem em si mesmas como cientistas, exploradoras, inovadoras, engenheiras e inventoras quando as imagens que veem nas mídias sociais, nos livros didáticos e na publicidade refletem os papéis estreitos e limitantes de gênero.

A ONU Mulheres e a Unesco estão engajadas em continuar trabalhando no Sistema das Nações Unidas e com todos os nossos parceiros da sociedade pública, privada e civil para garantir que as meninas e as mulheres sejam representadas de forma mais igualitária, que a elas sejam concedidas todas as oportunidades que precisam para prosperar em disciplinas relacionadas à ciência, e para que façam as descobertas inovadoras do futuro”.

Essas e outras desigualdades relacionadas às mulheres precisam – e devem – ser superadas, e uma das formas de conseguirmos isto é à base da mobilização e da luta.

Últimos Editoriais